Com uma respeitosa filmografia de mais de 50 títulos e uma média de 1 filme por ano, Hitchcock é um dos cineastas mais conhecidos e respeitados de todos os tempos.
É ele que escolho para iniciar uma série de posts, onde indicarei os meus cinco filmes favoritos de determinado diretor, roteirista ou ator, por exemplo. Sugestões de temas são bem-vindas.
OS FÃS
Gus Van Sant e M. Night Shyamalan são alguns exemplos de fãs confessos de Hitchcock.
O primeiro dirigiu um remake de Psicose (Psicho, 1998), que poderia, mais propriamente, ser chamado de cópia mal-feita. Respeito muitíssimo Van Sant como cineasta mas a pretensa homenagem fracassou completamente e deixou uma mancha no currículo de Van Sant.
TOP 3 FILMES DE GUS VAN SANT
3. Drugstore Cowboy (1989)
2. Elefante (Elephant, 2003)
1. Paranoid Park (2007)
Shyamalan já foi citado no blog nesse post, e como eu disse lá, gosto bastante do trabalho desse roteirista/diretor. Não acho que ele seja cineasta de um sucesso só e, apesar de seus últimos dois trabalhos – Fim dos Tempos (The Happening, 2008) e O Último Mestre do Ar (The Last Airbender, 2010) – não terem nem de longe a força de seus primeiros longas, não compartilho da opinião da maioria que os considera filmes fracos; na minha opinião são apenas medianos. Comparado a Van Sant, no quesito “homenagem a Hitchcock”, Shyamalan foi mais sutil. Um dos recursos utilizados são as aparições que ele faz em O Sexto Sentido (The Sixth Sense, 1999), Corpo Fechado (Umbreakable, 2000), Sinais (Signs, 2002), A Vila (The Village, 2004) e A Dama na Água (Lady in the Water, 2006), como figurante ou em pequenos papéis. Em Sinais, a trilha de James Newton Howard é uma declarada homenagem às trilhas de Bernard Herrmann, compositor de trilhas sonoras de grandes filmes de Hitchcock.
TOP 3 FILMES DE M. NIGHT SHYAMALAN
3. Sinais
2. Corpo Fechado
1. O Sexto Sentido
TOP 5 FILMES DE ALFRED HITCHCOCK
5. Festim Diabólico (Rope, 1948)
A trama compõe-se, basicamente, do assassinato de um homem por outros dois, que escondem o corpo no apartamento onde o crime ocorreu e dão uma festa para sua família e amigos nesse mesmo apartamento. O filme é um grande e único plano-sequência (composto pela montagem de planos-sequência menores unidos por efeitos, já que seria impossível rodar 80 minutos sem troca de rolo de película), recurso brilhantemente escolhido para dar o tom de tensão absoluta e validar a perfeição do crime realizado pelos protagonistas.
4. Os Pássaros (The Birds, 1963)
Se O Terceiro Tiro (The Trouble with Harry, 1955) é a comédia de Hitchcock, Os Pássaros é seu filme de terror. Com uma trama mais simples – uma socialite parte em busca de um potencial namorado numa pequena cidade e pássaros de diversas espécies de repente começam a atacar sua população de forma cada vez mais violenta – Hitchcock consegue entregar um thriller horripilante de forma menos sangrenta e mais psicologicamente assustadora com sucesso – feito aparentemente cada vez mais raro no cinema.
3. Psicose (Psycho, 1960)
Psicose é provavelmente o filme mais visto e comentado de Hitchcock, e por conta dessa notoriedade, ganhou sequências nada notórias, uma delas, Psicose 3 (Psycho 3, 1986), curiosamente dirigida por Anthony Perkins, que protagonizou o Psicose original. Lila Crane rouba uma quantia considerável de seu empregador e foge, até chegar a um hotel de beira de estrada. O gerente do hotel se mostra uma figura estranha – e mais tarde revela-se muito mais que apenas estranho. A cena do chuveiro é referência incontestável e a trilha, reconhecida até hoje até mesmo por quem nunca assitiu ao filme – mais ou menos como a trilha de Tubarão (Jaws, 1975), de Steven Spilberg.
2. Janela Indiscreta (Rear Window, 1954)
Janela Indiscreta tem, provavelmente, o roteiro mais interessante da filmografia de Hitchcock. Nele, Jeff é um fotógrafo contundido que passa o tempo espionando seus vizinhos através da teleobjetiva de sua câmera. No meio de acontecimentos banais e sem-graça, Jeff acompanha um casal, e passa a acreditar que a mulher foi assassinada pelo marido. O que mais gosto no filme é o aspecto metalinguístico: acontecimentos são editados por paredes e janelas e captados por uma câmera para criar uma história que é manipulada instintivamente – ou não – por um espectador que também é montador e roteirista, de certa forma. Nada mais cinema que isso: a manipulação de uma “verdade” – seja ela verdadeira ou não.
1. Um Corpo que Cai (Vertigo, 1958)
A obra-prima de Hitchcock, simplesmente porque não tem defeitos. O roteiro é brilhante, mas poderia facilmente ter sido banalizado por uma direção ordinária. Decupagem, montagem e trilha sonora são soberbas, mas não bastariam se as atuações de Stewart e Novak não fossem exatas. A construção dos personagens e a condução da narrativa, por fim, seguem todas as regras à risca para a imersão plena do espectador. Tudo caminhando de mãos dadas e atadas para um resultado nada menos que perfeito. A saber, o filme parte da seguinte premissa: Scottie é um detetive que sofre um trauma, resultado de uma acrofobia latente, que impossibilita o seu trabalho. Após seu afastamento da polícia, um antigo conhecido, Gavin Elster, receoso com os sumiços da esposa, Madeleine, o contrata como detetive particular para segui-la. O que o motiva não são suspeitas de um caso extraconjugal, mas as tentativas de suicídio de Madeleine, de forma que Scottie passa a ser uma espécie de guardião. Não há maneira de contar mais e não estragar as surpresas do filme. Se você nunca assistiu, faça-o imediatamente!
Excelente!
Obrigada!
Acho que eu só assisti o Psicose. Lembro de ter baixado o “Um corpo que cai” e nunca ter visto… Em relação ao Shyamalan, eu tenho uma opinião bem parecida, tirando o fato de que eu achei “O último mestre do ar” bem legal e bem adaptado do desenho 🙂
Cá, assista Um Corpo que Cai! Você não vai se arrepender! Aliás, essa lista inteira é imperdível, mas acho que essa minha opinião ficou clara no post, né? Haha!